OPERAÇÃO CONDOR


OPERAÇÃO CONDOR

Tenente-Coronel Paulo Malhães


Foto: Marcelo Oliveira / Comissão Nacional da Verdade

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a procuradora-geral da Argentina, Alejandra Gils Carbo, assinaram em Buenos Aires um acordo de cooperação internacional para a formação de uma equipe conjunta de investigação para apurar crimes cometidos pelas ditaduras militares dos dois países. O plano é investigar, em especial, as ações da Operação Condor, uma parceria informal entre órgãos de repressão das ditaduras da América do Sul que existiu nos anos 80. A ECI-JT (Equipe Conjunta de Investigação sobre Justiça de Transição) terá sedes no Rio de Janeiro e em Buenos Aires e será formada por três membros de cada Ministério Público.

Documentos das Forças Armadas apreendidos pelo MPF que estavam em posse do tenente-coronel Paulo Malhães, morto em seu sítio no interior no Rio de Janeiro em abril de 2014, comprovam que a Operação Condor, até então negada pelas Forças Armadas e pelo Ministério das Relações Exteriores, existiu de fato e era de interesse dos militares. Em entrevistas e depoimentos às Comissões Nacional e Estadual da Verdade, Malhães admitiu ter atuado em parceria com militares argentinos.